
O Boeing 727 é um trijato produzido pela companhia norte-americana Boeing entre 1963 e 1984, e que na década de 1970 foi o avião comercial mais popular do mundo.
Foi criado para atender aos interesses de três grandes linha aéreas norte-americanas: A American Airlines, que queria um bijato para maior eficiência econômica, a Eastern Air Lines, que solicitou um trijato para seus vôos sobre o Mar do Caribe, e a United Airlines, que necessitava de um quadrijato para operações de pouso e decolagem em aeroportos de elevada altitude. Finalmente, as três companhias decidiram por um trijato.
As versões 727-100 e 727-200 venderam 1.832 aeronaves, o que tornou o avião mais comercializado do mundo até a década de 1990, quando foi superado pela família do 737.
O sucesso do 727 se deu graças à sua capacidade de pousar em pequenas pistas de pouso e decolagem, e de pecorrer médias distâncias.
Seu alcance, na versão -200, facilmente a mais utilizada, é de 2.750 a 4.020 km, velocidade de cruzeiro de 890 a 965 km/h, e teto de 9.100 a 12.200 metros.
Histórico:
O Boeing 727 foi a primeira aeronave trijato e foi lançado Fevereiro de 1964 pela United Airlines. O avião possui a mesma dimensão de largura da cabine dos Boeing 707, 737 e 757. A grande vantagem em relação ao Boeing 707 é que ela pousava em aeroportos com menos estrutura e ocupava menor espaço de rolagem na pista de decolagem. O primeiro protótipo teve seu roll-out em Novembro de 1962 e fez seu primeiro vôo em 9 de Fevereiro de 1963. O 727 só atendeu todas as necessidades do mercado, como também fez história, sendo a segunda aeronave mais vendida da Boeing. Os flaps tipo Fowler aumentavam drasticamente a sustentação à baixas velocidades, permitindo menores velocidades de aproximação e portanto, pousos em pistas curtas. Outras novidades compreendiam o uso dos motores Pratt & Whitney JT8D, desenvolvidos especialmente para o 727 e que vieram a se tornar um dos motores mais vendidos na história da aviação comercial. Em Dezembro de 1967, chegou a versão 200, com estrutura alongada. Na versão exclusivamente cargueira (727-200F), possuía capacidade para 11 pallets e transportava 56.000 libras de carga útil. Em Maio de 1971, foi lançada a versão 727-200Adv (Advanced), com maior capacidade de carga, turbinas mais modernas e melhor performance geral. A versão Advanced, tinha maior capacidade de decolagem. E em Fevereiro de 1972, foi lançada ainda a versão Super Advanced, com capacidade total de decolagem aumentada para 94.348 kg. A produção comercial do Boeing 727 começou no início dos anos 60 e terminou em Agosto de 1984.
Versões:
- Boeing 727-100 : O modelo inicial.
- Boeing 727-200 : Versão alongada, com maior capacidade de passageiros e carga.
Curiosidades:
- Em 05 de Dezembro de 1977 foi transportado o passageiro de número 1 bilhão em aeronaves Boeing 727. Um recorde inédito até então.
- Mais de 200 aeronaves 727 de passageiros foram alteradas para a versão cargueira nos últimos anos.
- A Transbrasil foi a maior operadora do Boeing 727 da América Latina.
Acidentes:
Houve vários acidentes com o Boeing 727, sendo que dois deles no Brasil. O Voo VASP 168 foi um acidente aéreo que aconteceu em 8 de junho de 1982, quando um Boeing 727 com destino a Fortaleza se chocou contra a Serra da Aratanha, próximo de Pacatuba, Ceará. Todos os 137 passageiros morreram na colisão, sendo esse o quarto maior acidente aéreo da história da aviação brasileira. Outro acidente com Boeing 727 em solo brasileiro ocorreu no dia 12 de Abril de 1980 em Florianópolis, Santa Catarina. A aeronave modelo 727-027C de prefixo PT-TYS, da Transbrasil com 57 pessoas a bordo colidiu com o morro Virginia, localidade de Ratones, distante 40km do centro da cidade. 54 vitimas fatais. Outro acidente foi o vôo 182 da PSA(Pacific Southwest Airlines) um Boeing 727-200 que colidiu com um Cessna 172, o vôo 182, com destino a San Diego estava iniciando sua aproximação visual para a pista 27, com tempo bom, para o aeroporto de San Diego quando, repentinamente, um Cessna 172 que havia decolado do campo Montgomery às 08h16 para um vôo de instrução, liberado para vôo rumo ao campo Lindbergh em modo visual a uma altura de aproximadamente 450 metros, mas que estava mais alto, chocando-se contra a asa direita do 727 da PSA. O Boeing entrou em uma curva leve para a direita e continuou desta maneira até cair em um subúrbio da cidade, em plena área residencial, matando todos a bordo e mais pessoas no solo. Os ocupantes do Cessna também morreram na queda da aeronave. 135 pessoas no Boeing 727, 2 no Cessna e mais 7 no Solo morreram, totalizando 144 vitimas fatais. Um dos Acidentes mais graves foi com um Boeing 727-256 da Iberia que se acidentou quando se preparava para pousar no Aeroporto de Sondica em Bilbao na Espanha. O acidente matou 148 pessoas, 141 passageiros e 7 tripulantes. O acidente que matou mais pessoas foi um 727-264 da companhia Mexicana em 1986, com 167 vítimas fatais.
Operação Atual:
Vários exemplares do 727 continuam a voar, principalmente por empresas cargueiras. Recentemente a Aerolineas Sudamericanas, da Bolívia, adquiriu duas aeronaves para iniciar suas atividades. Pela configuração de 3 motores, o tipo se torna ideal para operar nas elevadas altitudes do país andino.
No Brasil e como em grande parte do mundo, o B727F é utilizado como aeronave para transporte de carga. Seu alto nível de ruído e consumo acabam inviabilizando o emprego na aviação comercial de passageiros. Porém, sua capacidade de carga (que gira em torno das 25 ton) e alcance o tornaram um dos melhores aviões para transporte de cargas no Brasil. Hoje, muitas empresas do Brasil tornam possível ver novamente nos céus a silhueta do única do trirreator da Boeing. Mesmo sendo uma aeronave que consuma bastante, ela é econômica em comparação com outros modelos dos anos 60/70 que ainda continuam voando para carga como os DC-8 e 707 que são quadrimotores da primeira geração da "Era Jato".
Hoje no Brasil, voam com o B727 as seguintes empresas: Air Brasil Cargo, ATA Brasil Cargo, TAF Linhas Aéreas, Total Linhas Aéreas,RIO Linhas Aéreas e VarigLog.
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