07 junho, 2011

Barulho de Congonhas em nível inaceitável afeta 31 mil


Mapeamento feito pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) revela que cerca de 31 mil pessoas moram em "zonas de ruído com níveis inaceitáveis", impróprias para habitação, no entorno do aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo.

São 9.951 casas, concentradas principalmente em Moema, Jabaquara e Itaim. Nesse perímetro estão ainda 30 "receptores críticos", como escolas e hospitais. Concluído na última terça-feira, o estudo mostra que, em alguns casos, o pico de ruído foi de 96 decibéis, capaz de ensurdecer alguém.

O estudo foi apresentado à Justiça Federal para subsidiar processo judicial que discute o ruído na vizinhança de Congonhas, o segundo maior aeroporto do país. Moradores defendem restringir em até duas horas, uma pela manhã e outra à noite, o funcionamento do terminal, que hoje opera das 6h às 23h. Infraero, Anac e empresas aéreas são contra. Para atenuar o impacto sonoro, a Anac propõe:

1) a redução de potência na decolagem assim que o avião atingir 240 m, modelo aprovado internacionalmente. Com isso, 3.300 ficariam livres da área de pior ruído;

2) o isolamento acústico das casas mais afetadas, o que custaria de R$ 5.000 a R$ 7.500 em cada uma;

3) o remanejamento de voos fretados que operam entre os sábados e domingos nos horários de maior incômodo (6h às 7h/22h às 23h) para horários mais ociosos.

4) Organizar, também aos finais de semana, os voos pelo ruído de cada aeronave.

A partir desse estudo, a Justiça pode, por exemplo, obrigar as partes envolvidas (Anac, empresas aéreas, Infraero, que gerencia os aeroportos, e moradores) a cumprir as sugestões propostas. Das sugestões, a mais complicada é o isolamento acústico das casas. As aéreas sinalizaram que não bancarão o investimento.

Os dados da Anac mostram que a situação na região já foi pior -se comparada com outro estudo, feito em 2004, pela Infraero. A área sob ruído caiu de 6,96 quilômetros quadrados para 4,68. Segundo a Anac, a redução pode ser explicada pelo fato de as aeronaves estarem mais silenciosas e porque o movimento de Congonhas foi reduzido a partir de 2008.

O aeroporto foi inaugurado em 1936, com o entorno quase desabitado. Com o crescimento da cidade, passou a ficar espremido entre prédios, casas e empresas. O processo não tem prazo para ser julgado. Em março, tentativa de acordo entre as partes fracassou.


Fonte: Aviação Notícias

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