01 junho, 2011

“Chegou o momento da verdade”, diz o presidente da TAP


Fernando Pinto, que agendou uma conferência para reagir à greve de dez dias convocada pelos tripulantes, considerou que a decisão vem prejudicar processo de privatização da transportadora nacional.

O presidente da TAP, no cargo desde o ano 2000, recebeu esta tarde o pré-aviso de greve do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), no qual foram convocados dez dias de paralisação total por parte dos tripulantes.

Os trabalhadores contestam uma medida de redução de custos aplicada pela TAP, a partir do dia de hoje, que elimina um elemento da tripulação a bordo dos aviões da companhia de aviação, gerando uma poupança de 14 milhões de euros.

Fernando Pinto convocou uma conferência de imprensa de emergência para reagir à tomada de decisão do sindicato. No encontro com os jornalistas, o gestor brasileiro afirmou que “chegou o momento da verdade”, referindo-se ao facto de a empresa alegar que não tem alternativa à medida de redução de tripulantes.

“Tenho de assumir um pecado: o facto de termos um excesso de pessoal de cabine”, referiu, acrescentando que a transportadora está “desadequada em relação à Europa” no que diz respeito ao número de trabalhadores a bordo dos aviões.

Fernando Pinto considerou “grave e triste” a convocação destes protestos “num momento complicado do país” e justificou a decisão com “a necessidade de atender a determinações do Governo”, referindo-se às imposições inscritas no Orçamento do Estado para 2011 (que obrigou as empresas públicas a cortar 15 por cento nos custos operacionais).

“Não gosto da palavra unilateral”, sublinhou Fernando Pinto, reagindo às acusações do SNPVAC, que acusou a TAP de ter aplicado a medida sem negociar. “Negociámos até ao final”, disse.

O gestor acredita que as greves agendadas pelos tripulantes, e que começam a 18 de Junho, vão ter um impacto negativo no processo de privatização da empresa. Recorde-se que, no memorando de entendimento assinado com a troika, a alienação do capital da companhia de aviação está prevista para este ano, se as condições de mercado permitirem.

“O valor de uma empresa sofre” com este tipo de acontecimentos, afirmou, dizendo ainda que a convocação dos protestos “também é uma irresponsabilidade por essa razão”. “A máfia também trabalhava assim”, rematou.


Fonte: Economia via Portugal

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