Funcionários da Webjet gritaram por socorro e bateram no teto do compartimento de cargas até serem percebidos
Porta do avião, um Boeing 737-300 que ia para o Rio de Janeiro, estava fechada, mas ele não chegou a decolar
Dois funcionários da empresa aérea Webjet ficaram presos no compartimento de cargas de uma aeronave que seguiu voo, ontem, do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, para o Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Por cerca de três minutos eles ficaram batendo no piso do avião e gritando por socorro, segundo passageiros relataram à Folha.
A porta do avião, um Boeing 737-300, estava fechada, com todos passageiros dentro, mas ele não chegou a decolar. Os funcionários foram soltos, sem ferimentos, antes que a aeronave se movimentasse.
Um supervisor da Webjet, que se identificou só como Fábio, confirmou que um funcionário ficou preso no voo 6765, mas disse que a porta do compartimento ainda não tinha sido fechada.
Segundo ele, três funcionários trabalhavam no carregamento da aeronave. Um ficou na porta do bagageiro, outro no meio e um terceiro no fundo. Devido ao grande número de malas, um funcionário teve a visão encoberta por uma "torre" de bagagens. Quando percebeu que o colega da porta tinha saído, começou a pedir ajuda.
"Ele já ficou com medo de virar picolé, pois aqui no aeroporto tem muita história disso. Mas são lendas", afirmou o supervisor.
Comissárias, no entanto, disseram aos passageiros que dois funcionários estavam presos no bagageiro.
Segundo os passageiros, o comandante da aeronave não disse o que havia acontecido, só comissárias falaram.
Apesar do susto, o atraso no voo foi inferior a dez minutos, dizem os passageiros.
Perigo
Caso ficassem presos no porão durante o voo, que tem duração aproximada de uma hora, os dois homens poderiam ter ferimentos graves e até morrer devido ao frio e ao balanço do avião, segundo o diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho.
Ele diz que o bagageiro é pressurizado, mas não há aquecedor, por isso temperatura varia de 5C a 8C.
Procurada por telefone e e-mail, a assessoria da Webjet não se manifestou.
A Infraero (estatal que administra o aeroporto) disse que não foi notificada e que, como o avião não decolou, era a empresa quem deveria se pronunciar.
Fonte: Afonso Benites, Cristiane Capuchinho e Silvia Freire (jornal Folha de S.Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário