23 agosto, 2011

‘Cada voo é uma nova experiência’


Balonista desde 2009, Renata Mestriner conta sobre a emoção de voar em Maringá

Em meio a tantos competidores homens, uma mulher se destacou no 12º Campeonato Sul Brasileiro de Balonismo de 2010, realizado em Maringá.


Balonista desde 2009, a maringaense ficou na sexta colocação com 10.489 pontos. Paraquedista há mais de dez anos, viu no balonismo uma forma diferente de voar. “Sempre admirei muito este esporte, não só pela beleza, mas também por todo o processo de montagem de equipamento, técnicas de voo e o conhecimento das provas.”

Iniciar nas competições e conseguir a licença para voar não foi tarefa fácil, foi quase uma ano de aulas com alguns intervalos. “O meu instrutor, Eduardo Mello, vinha de Torres, no Rio Grande do Sul, depois também voei com o Renan, de Rio Claro. É necessário bastante conhecimento técnico para tirar o brevê [autorização da Agência Nacional de Aviação Civil]. Muitas coisas vamos aprendendo na prática, como o uso do GPS e leitura e direção dos ventos. Estamos sempre aprendendo algo novo, cada voo é uma nova experiência.”

Apesar de ainda não ter competido fora do país, Renata conta que já voou com balonistas de outros países. “Já voei com pilotos da Itália, Canadá, China e Turquia.”

Em 2009, ela competiu pela primeira vez em Maringá e afirma que voar na cidade onde mora foi uma emoção única. “Tinha recém tirado o brevê, e não tinha muita noção de como funcionavam as provas. É uma emoção ímpar poder voar onde moramos. Maringá é uma cidade linda, plana, com muitos lugares para pouso e com uma receptividade enorme das pessoas.”
A balonista também afirma que o esporte é dominado por homens, mas diz acreditar que em breve o número de mulheres deve aumentar. “Não é comum mulheres balonistas. Acredito que temos umas 5 ou 6 voando atualmente no Brasil. É 99,9% dominado por homens, particularmente, só conheço a Marina Kalousdian, de São Paulo, e escuto muito sobre a Gabriela Slavec, que representa muito bem o Brasil em eventos internacionais. Mas esse número pode aumentar, tenho algumas amigas que já estão fazendo o curso [de pilotagem] e logo teremos mais mulheres balonistas aptas para participar dos eventos.”

Balonista por hobbie, Renata é empresária na área de importação e exportação e explica que o esporte exige algumas implicações para prática, não se tornando, necessariamente, um esporte caro. “É relativo, primeiro você precisa ter uma camionete para o transporte e resgate do balão. O equipamento completo para prática do balonismo pode ser adquirido por até uns R$ 50 mil.”

Em 2011, Renata Mestriner não vai participar do 13º Campeonato Sul Brasileiro de Balonismo, que começa no próximo dia 25, mas fará alguns voos e critica a falta de incentivo ao esporte. “Falta incentivo para viabilizar novos esportistas.”


Histórico
No Brasil, a primeira tentativa de voo em um balão de ar quente, foi em 1709, pelo padre Bartolomeu de Gusmão, que realizou o primeiro voo, mas sem passageiros. A descoberta do padre provou que algo mais pesado que o ar pudesse planar.

Em 1783, dois irmãos franceses, Etiene e Joseph Montgolfier, realizaram o primeiro teste com um balão tripulado. Quase toda população de Paris presenciou o voo, que foi um sucesso.

O primeiro balão tripulado só voou no Brasil, em 1885, no Rio de Janeiro, quando Eouard Heilt sobrevoou por alguns segundos o Saco dos Alferes. A Associação Brasileira de Balonismo foi fundada em 1987, por Bruno Schwartz.


Fonte: Hnews

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