Destroços mostram que ele seguia no sentido de São José do Rio Preto.
Entretanto, no horário, bimotor deveria estar chegando a Piracicaba.
O avião que caiu nesta segunda-feira (16) na Serra de São Pedro, na região de Piracicaba, no interior de São Paulo, matando quatro pessoas, voava em uma rota contrária à prevista no plano de voo quando ocorreu a queda. O bimotor seguia de São José do Rio Preto para Piracicaba, mas os destroços e marcas na serra apontam que a colisão aconteceu no sentido oposto, de Piracicaba para São José do Rio Preto.
O aeroclube da cidade, ao qual pertencia o avião, confirmou a informação nesta quarta-feira (18). A hipótese trabalhada pelos peritos é a de que o piloto, que já havia avisado à base da Força Aérea Brasileira (FAB) em Pirassununga que visualizava o município de Piracicaba, onde pousaria, mudou a rota, perdeu altitude e acabou se chocando contra a serra.
“Provavelmente ele teve que efetuar uma curva ou uma manobra para poder tirar a aeronave do rumo que ela estava”, disse o capitão da FAB Leonardo Oliveira. O fato que teria motivado esta mudança de percurso a dez minutos da chegada ao destino ainda é desconhecido.
O bimotor Sêneca decolou na segunda-feira, às 21h, foi até São José do Rio Preto, onde executou uma ação conhecida como “bate-e-volta”, em que pousa, toca o solo e, imediatamente, decola novamente. O último contato feito pelo piloto foi às 22h29, quando ele informou à FAB que já avistava o município de Piracicaba.
Os destroços e corpos foram encontrados apenas na tarde desta terça-feira (17). Morreram no acidente um instrutor e três alunos.
Caixa-preta
O avião não tinha caixa-preta. Segundo o presidente do aeroclube de Piracicaba, Fernando Pavan, a ausência do equipamento que registra dados sobre o voo irá dificultar a descoberta das causas do acidente. Em aeronaves como o bimotor que caiu, um Sêneca, é comum não haver caixa-preta.
As investigações sobre o acidente começaram efetivamente na manhã desta quarta-feira. As informações colhidas serão mantidas em sigilo até a conclusão da investigação, prevista para durar 90 dias. Pavan disse, entretanto, que é possível que nesse prazo o laudo não avance no sentido de esclarecer o motivo do acidente.
Ele explicou que, na ausência da caixa-preta, serão avaliados pela perícia os restos da aeronave. Pode haver dificuldade, no entanto, de localizar peças intactas. Militares que participaram do resgate e localização dos destroços disseram que, na ocasião, não foi possível visualizar partes grandes do bimotor que caiu em uma área de mata fechada.
Fonte: G1, com informações da EPTV
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